Criaturas estranhas... O mundo numa visão macro é muito diferente. Insetos desse ponto de vista são criaturas interessantíssimas. Tirei essas fotos na cidade, em Tefé. Na reserva exitem muitos outros, ainda mais coloridos e diferentes.
sexta-feira, setembro 16, 2005
quinta-feira, setembro 08, 2005
Uacari Branco
Essa é a espécie bandeira da reserva, e que dá nome à pousada. O uacari-branco (Cacajao calvus calvus) é muito especial para nós, ele é endêmico aqui da reserva (só existe aqui), e também foi um dos responsáveis pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá - RDSM. O biólogo José Márcio Ayres veio para cá pela primeira vez, em 1983, para estudar este primata, e acabou ficando e reunindo esforços para a criação da reserva, existente desde 1990.
Ameaça
O barco chegando logo assusta muitas garças, que saem voando. E pontilham de branco o verde da mata.
Estação da seca
E a seca chega forte na várzea. A espécie mais comum agora é a Garça-Branca-Grande (Casmerodius albus), que lota as beiras de rios e lagos, devido à alta concentração de peixes na região, pois estão todos concentrados, muitas vezes em águas rasas.
Surucucu
Seguindo pela mesma trilha, encontramos outra surucucu, acho que uns 100 metros ou menos depois. E esta nem estava escondida, estava na base de uma árvore. Um animal muito bonito, Tem o 'apelido' de pico-de-jaca pois suas escamas são todas saltadas, principalmente da cauda, lembrando a fruta em questão. Também estava quietinha, tranqüila, e nem se mexeu. Cheguei bem perto, se ela fosse tentar qualquer bote daria para ver bem antes.
É a maior serpente venenosa do Brasil podendo chegar a mais de 4 metros. Como os outros viperideos (jararacas e cascavéis), possui fosseta loreal, orifícios frontais na cabeça que podem sentir o calor de suas presas. Mas diferentemente destas, bota ovos. Chamada de bushmaster, em inglês, somente vive em florestas tropicais densas, principalmente floresta amazônica, e também mata atlântica no Nordeste.
O efeito do veneno da surucucu são mais locais, com ação proteolítica e coagulante, como o de jararaca. Pode causar necrose, principalmente se quem prestar primeiros socorros achar que é verdade a história de que é bom estancar o veneno com alguma amarra. Isso pode ser bem perigoso.
Não adianta que não dá barato! Não é neurotóxico como o da cascavel ou das corais!
Correção - Sim, faz tempo que eu sei que esta não é uma Lachesis, mas sim uma Bothrops atrox, uma jararaca-da-amazônia, ou, sim, uma surucucu! Sei que os espertinhos, tal como um "kara" que escreveu nos comentários, vão chiar, mas podem perguntar para qualquer caboclo da região, e eles te dirão que esta é uma surucucu. Nome popular não se discute... Descobri a verdade pouco depois por lá mesmo, mas estava com preguiça de atualizar o blog... sorry.
Ótimas dicas sobre animais peçonhentos e cuidados, de quem realmente entende do assunto:
Instituto Butantan
http://www.butantan.gov.br/novapagina/perguntas.htm
Polícia Florestal
http://www.pr.gov.br/pmpr/bpms/bpflo/ofidismo.html
É a maior serpente venenosa do Brasil podendo chegar a mais de 4 metros. Como os outros viperideos (jararacas e cascavéis), possui fosseta loreal, orifícios frontais na cabeça que podem sentir o calor de suas presas. Mas diferentemente destas, bota ovos. Chamada de bushmaster, em inglês, somente vive em florestas tropicais densas, principalmente floresta amazônica, e também mata atlântica no Nordeste.
O efeito do veneno da surucucu são mais locais, com ação proteolítica e coagulante, como o de jararaca. Pode causar necrose, principalmente se quem prestar primeiros socorros achar que é verdade a história de que é bom estancar o veneno com alguma amarra. Isso pode ser bem perigoso.
Não adianta que não dá barato! Não é neurotóxico como o da cascavel ou das corais!
Correção - Sim, faz tempo que eu sei que esta não é uma Lachesis, mas sim uma Bothrops atrox, uma jararaca-da-amazônia, ou, sim, uma surucucu! Sei que os espertinhos, tal como um "kara" que escreveu nos comentários, vão chiar, mas podem perguntar para qualquer caboclo da região, e eles te dirão que esta é uma surucucu. Nome popular não se discute... Descobri a verdade pouco depois por lá mesmo, mas estava com preguiça de atualizar o blog... sorry.
Ótimas dicas sobre animais peçonhentos e cuidados, de quem realmente entende do assunto:
Instituto Butantan
http://www.butantan.gov.br/novapagina/perguntas.htm
Polícia Florestal
http://www.pr.gov.br/pmpr/bpms/bpflo/ofidismo.html
Biguatinga
Biguatinga (Anhinga anhinga) secando suas penas. Esse é um macho, a fêmea tem pescoço e cabeça cinza.
Colegas
Minha coordenadora Nelissa, Monique e Elzireide. Saindo do flutuante Mamirauá em direção à trilha do Pagão.
Cariocas e Canadenses
Meu segundo grupo. Lisa e Chris, canadenses, e Rosane e Paulo, cariocas. A Rosane foi convencida pelo Paulo para vir, pois ele que é o aventureiro, então estava um pouco irritada com as condições da floresta, como mosquitos e coisa e tal... Mas foi a melhor pescadora, quando fomos pescar piranha... 30 ago - 03 set
Jardim de Várzea
Essa é a casa e o jardim do Seu Adelmo, zelador da pousada, na Vila Alencar. Uma graça, principalmente esse jardim, todo bem cuidado. Isso é realmente impressionante devido ao ciclo das águas, pois todo esse jardim fica encoberto pela enchente durante alguns meses do ano, e imagino que tem de ser refeito sempre...
Quati
Criança e quati(Nasua nasua) na Vila Alencar. Acho que a mãe do quatizinho morreu e as crianças o trouxeram para a comunidade. E é bem bravo, eu tentei passar a mão nele e ele ficou tentando me morder... Na foto dá pra ver que nem mesmo a dona ele respeita muito...
Ariramba
Martim-pescador-matraca (Ceryle torquata), ou ariramba-grande como o pessoal chama aqui, na passarela da pousada. Sempre estão indo e vindo por aí, são bem presentes aqui na várzea amazônica. E fazem um barulho bem de matraca mesmo... Essa é uma fêmea, pois no peito tem uma banda cinza e uma branca em baixo. Os machos somente têm a banda branca no pescoço e todo o perto é ferrugíneo.
Laguarto! (o 'u' é só para os pantaneiros!)
Lagartinho na ponta de um dos flutuantes. Vários lagartinhos ficam de um lado pro outro nas passarelas dos flutuantes. Alguns não tem a menor vergonha e chegam muito perto de vc... Esse estava correndo de mim pois eu estava andando por uma das passarelas. Acabou a passarela e ele pulou no final da bóia, esse pedaço de madeira.
Clint
Seu Braulino, Tom e eu. No começo deste pacote (27-30 de agosto) haviam alguns militares e respectivas famílias, que ficaram somente no final de semana. Depois ficou somente nós três. O Tom, americano do estado do Novo México, era muito legal, calmo, e que queria principalmente curtir o privilégio de estar dentro da floresta. E me contou muitas coisas sobre os EUA, sobre como Bush só se preocupa com a segurança e o meio ambiente ficou totalmente pra trás, sobre o frio que faz onde ele mora, nas montanhas, sobre os animais que tem por lá. Muito bacana. Aliás, ele me lembra o Clint Eastwood.
Esse foi meu primeiro pacote sozinho, muito tranqüilo, melhor estréia impossível.
Sai fora, esse lugar é meu!
Um jovem socó-boi (Trigosoma lineatum) de novo... ele sempre está próximo de um dos flutuantes... Eu cheguei de repente e ele estava fugindo nesta foto, indo para a ponta do tronco. Gostei da cara de reclamão dele, tipo falando que o pedaço era dele!
Biguás
Os biguás (Phalacrocorax brasilianus) são um grande espetáculo agora na seca. Devido à concentração de peixes, eles se juntam em bandos e pescam em grandes grupos. E eles voam em formação, como patos. Mas quando nadam, deixam apenas o pescoço e a cabeça para fora, o que os dá o nome de snake bird, ou pássaro serpente.
Boto Vermelho
Mesmo as lendas podem ter um fundo de verdade. O boto (Inia geoffrensis) é um animal fascinante, encantador como dizem as lendas... Dizem que os botos viram homens e mulheres, normalmente bem diferentes do povo ribeirinho, de olhos e cabelos claros. Aparecem na beira do rio e muitas vezes seduzem alguém. Pescadores, quando saem em longas viagens, e retornam encontrando suas mulheres grávidas, podem acreditar que pai é um boto. Um homem ou mulher-boto sempre esconderá o furo em sua cabeça, de sua narina, normalmente com um chapéu ou boné.
Tudo isso pode não passar de crendice, mas muitas vezes, ao ouvir a narrativa do povo daqui, você é levado a acreditar (tal como eu saí do Pantanal acreditando em Saci)... Mas o interessante é que provavelmente essas lendas conquistaram o respeito do povo local por muito tempo, e o boto então nunca foi uma espécie ameaçada. No entanto, com o mito enfraquecido, pescadores tem matado botos (e também jacarés) para usar como isca para piracatinga, um bagre carniceiro. Muito triste, mas tem acontecido muito.
Nós temos um local especial para a observação de botos. É um local bastante fundo, que apresenta uma boa concentração de peixes. Por isso é fácil ver muitos reunidos, vindo à tona para respirar, com um som bastante característico. No entanto são animais solitários, só formam grupos de mãe e filho, se reunindo neste local somente para se alimentarem. Eles não saltam para fora d'água como golfinhos nariz-de-garrafa, apenas mostram seu dorso.
Existe uma outra espécie, chamada tucuxi, bem menor e que salta mais alto.Muito lindo.
Tudo isso pode não passar de crendice, mas muitas vezes, ao ouvir a narrativa do povo daqui, você é levado a acreditar (tal como eu saí do Pantanal acreditando em Saci)... Mas o interessante é que provavelmente essas lendas conquistaram o respeito do povo local por muito tempo, e o boto então nunca foi uma espécie ameaçada. No entanto, com o mito enfraquecido, pescadores tem matado botos (e também jacarés) para usar como isca para piracatinga, um bagre carniceiro. Muito triste, mas tem acontecido muito.
Nós temos um local especial para a observação de botos. É um local bastante fundo, que apresenta uma boa concentração de peixes. Por isso é fácil ver muitos reunidos, vindo à tona para respirar, com um som bastante característico. No entanto são animais solitários, só formam grupos de mãe e filho, se reunindo neste local somente para se alimentarem. Eles não saltam para fora d'água como golfinhos nariz-de-garrafa, apenas mostram seu dorso.
Existe uma outra espécie, chamada tucuxi, bem menor e que salta mais alto.Muito lindo.
Garça Maguari
Garça Maguari (Ardea cocoi), no topo da árvore. Essa é a maior garça brasileira, presente em boa parte do território nacional, inclusive dentro da cidade de São Paulo. Tinha uma ou outra que vivia lá pelo Zoológico e pelo Jardim Botânico.
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